PCdoB e PSB tentam fugir da órbita do PT e
buscam voos solo nas eleições municipais
Estela Marques / Bruno Luiz-Bahia Notícias
Durante anos atuando como coadjuvantes do PT, PCdoB e PSB tentam buscar um protagonismo maior nas eleições deste ano. Muito tempo como "eminências pardas" dos petistas na Bahia, as siglas decidiram ampliar suas áreas de atuação para cidades de grande porte do estado. Em Salvador, por exemplo, após apoiar candidaturas do PT por anos, os comunistas empreenderam uma espécie de rebelião e lançaram um nome para a corrida eleitoral. Depois de muitas idas e vindas, os petistas se dobraram ao ímpeto do PCdoB e, pela primeira vez em anos, não vão encabeçar uma chapa na capital baiana: optaram por apoiar a deputada federal Alice Portugal (PCdoB). Para não perder a oportunidade de ter um nome na disputa, indicaram a deputada estadual Maria del Carmen como vice da parlamentar baiana. Em Vitória da Conquista, outro caso de "motim" comunista. Após 20 anos no comando da terceira maior cidade do estado, o PT lançou o nome do deputado estadual Zé Raimundo para tentar continuar no domínio das terras conquistenses. Mas terá que lidar com a candidatura do também deputado estadual Fabrício Falcão, que “nem por intervenção do governador [Rui Costa] e do papa” (relembre) abriu mão de ingressar na disputa. Estas dissidências revelam o quanto a crise de imagem que atinge o PT encorajou partidos a saírem de sua órbita - apesar do argumento não ser apresentado em público pelos aliados. Segundo o presidente estadual do PCdoB, deputado federal Daniel Almeida, a principal estratégia da sigla nestas eleições é tentar inserção política nos grandes municípios baianos. Para o pleito de outubro, a legenda deve contar com um número de candidatos 20% maior em relação às eleições passadas. “Temos em torno de 50 a 55 candidatos. Temos um número expressivo de candidatos a vice. Na eleição passada, disputamos somente Juazeiro. Neste ano, disputaremos em cinco municípios grandes, inclusive Salvador. Foi uma estratégia sempre buscada e tivemos a oportunidade de assegurar esse objetivo. Prevemos ampliar o número de prefeitos também. Atualmente, temos 13 prefeitos e queremos ultrapassar 20 municípios”, afirmou Almeida sobre as pretensões de crescimento do partido. Apesar da tentativa de se desvencilhar dos petistas, as candidaturas do PCdoB pretendem reforçar também o campo político do governador Rui
Costa, já com vistas em uma possível disputa pela reeleição em 2018. “Isso faz parte de entendimentos que temos mantido com o governador e outros partidos”, declarou. Caso semelhante ao do PCdoB, o PSB também vai buscar o comando de grandes cidades baianas. Após abrir mão de uma candidatura em Salvador para apoiar os comunistas, a sigla deve contar com entre 50 e 60 candidatos este ano, segundo a presidente estadual, senadora Lídice da Mata - que em 2014 se viu obrigada a lançar candidatura ao governo do estado diante do plano nacional do PSB de participar da eleição presidencial. “Temos grandes chances de eleger metade deles, ou até mais. Tivemos também um aumento de candidatos em relação à eleição passada e apresentamos uma grande diferença. Nas últimas eleições, concorremos nas médias e pequenas cidades. Nessa, vamos concorrer em pequenas, médias e grandes cidades. Resolvemos adentrar em colégios eleitorais maiores”, explicou Lídice. Na base do governador Rui Costa, o PR, que indicou a vice de Cláudio Silva (PP), pretende eleger entre 30 e 45 prefeitos. “Estou fazendo levantamento de quantos candidatos teremos. Nós fizemos uma candidatura em Itabuna, depois fizemos composição à vice. Fizemos composição em cidade grande como Itabuna – temos chance de fazer vice-prefeito lá. Tem candidato a prefeito em Senhor do Bonfim também”, enumerou o presidente estadual da legenda, José Carlos Araújo.
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