Lula perdeu o controle sobre seu futuro eleitoral
Josias de Souza BRG
Lula prevê que viverá dias turbulentos. Indiciado pela Polícia Federal sob a acusação de receber R$ 2,4 milhões em “vantagens ilícitas” da empreiteira OAS, ele dá de barato que será denunciado pela força-tarefa da Lava Jato. De passagem por Brasília, nesta sexta-feira, disse a um amigo não ter dúvidas de que o juiz Sérgio Moro acatará a denúncia, convertendo-o em réu. Em conversa com o blog, o amigo de Lula resumiu assim o drama que o atormenta: “Ele está deixando de ser dono do seu destino político, a situação foge do seu controle.”
Após reunir-se com Dilma Rousseff no Palácio da Alvorada, Lula conversou com um grupo de senadores petistas no hangar em que tomaria o jatinho de volta para São Paulo. Foram encontrá-lo, Jorge Viana (AC), Humberto Costa (PE), Paulo Rocha (PA) e José Pimentel (CE). Na definição de um dos congressistas, a notícia sobre o indiciamento deixou Lula “baqueado”. Ele estranhou que a divulgação tenha ocorrido às vésperas da deposição de Dilma. Exergou na novidade uma motivação política. Irritou-se com a inclusão de sua mulher, Marisa Letícia, no rol de indiciados.
As críticas de Lula à ação da Polícia Federal ecoaram uma nota divulgada por seus advogados. Nela, os doutores Cristiano Zanin Martins e Roberto Teixeira repudiaram as acusações do delegado federal Márcio Adriano Anselmo, responsável pelo inquérito sobre o tríplex do Guarujá. Eles repisaram o argumento segundo o qual o imóvel não pertence a Lula, mas à própria OAS. Anotaram que o relatório do delegado tem “caráter e conotação políticos”. Apelidaram-no de “peça de ficção.”
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