Bandas de forró registravam contratos por cerca de 25% do valor real de shows, diz PF
por Julia Affonso, Mateus Coutinho e Fausto Macedo | Estadão Conteúdo
A Operação For All, da Polícia Federal, aponta que empresas de entretenimento que patrocinam ao menos quatro grandes bandas de forró subfaturavam contratos, registrando valores correspondentes a 25% e até 30% do que era de fato acertado. "A maior parte dos contratos é assim, o resto circula por fora, antes da banda subir ao palco", destacaram os investigadores. A For All foi deflagrada nesta terça-feira (18) e apreendeu R$ 600 mil em dinheiro vivo com alvos da investigação (leia mais aqui). A investigação aponta que um volume de R$ 500 milhões teria sido sonegado por empresas de entretenimento que patrocinam pelo menos quatro grandes bandas de forró que fazem sucesso no Ceará e na Paraíba. Os cantores Xand e Solange Almeida, da Aviões do Forró, foram conduzidos coercitivamente para depor na Superintendência da PF em Fortaleza. Aviões do Forróé agenciada pela A3 Entretenimentos. Ao todo, 26 empresas do setor estão na mira da For All. Um efetivo de 260 policiais federais e 30 auditores da Receita cumpriu 76 mandados judiciais - 32 de condução coercitiva e 44 de buscas. Não houve prisões. O dinheiro sonegado era usado para ampliação patrimonial dos envolvidos - compra de imóveis e veículos de luxo. A Operação For All já contabilizou omissão de rendimentos tributados de cerca de R$ 120 milhões entre 2012 a 2014. A PF e a Receita estimam que a sonegação de todas as empresas investigadas alcança R$ 500 milhões naquele período. "A corrupção não existe só onde estamos acostumados a ver, na política em Brasília", disse um dos investigadores. Segundo a PF, a Operação For All revela dois caminhos, 'um mundo oficial e um mundo clandestino, subterrâneo'. As empresas de entretenimento firmavam contratos em que a parte formal representava em torno de 20% do que efetivamente circulava de dinheiro.
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