sábado, 14 de janeiro de 2017

Surto por ‘doença misteriosa’ já teria ocorrido em Japão, Dinamarca e França sem óbitos
Foto: Reprodução / Assufba
Surto por ‘doença misteriosa’ já teria ocorrido em Japão, Dinamarca e França sem óbitos
A “doença misteriosa” (relembre aqui), que teve seu primeiro caso em Salvador em dezembro de 2016 e já fez 52 vítimas, teria ocorrido de forma similar em outros três países anteriormente e sem deixar mortes, ao contrário da capital soteropolitana, que tem a suspeita de dois óbitos ocasionados pela doença. Se a enfermidade for realmente causada pelo Parechovírus, como suspeita o pesquisador do Laboratório de Virologia da Universidade Federal da Bahia (Ufba), Gúbio Soares, ela já teria causado outros surtos similares, sem registrar óbitos, em países como o Japão, que teve epidemias em 2008, 2010 e 2014; na Dinamarca em 2014 e na França em 2008, 2010 e 2011.  “Nesses lugares não houve mortes de ninguém, as pessoas ficaram bem doentes, mas não foram registrados óbitos”, afirmou o biólogo. Os casos de mortes em Salvador são apenas suspeitos, sem confirmação se realmente foram causados por conta desta doença. As hipóteses que estão sendo investigadas por Gúbio Soares são que as doenças foram causadas ou pelo Parechovírus ou pelo Enterovírus, que são da mesma família. A transmissão de ambos é feita por meio fecal-oral, ou pela saliva. “Encontramos material genético de uma família de vírus nas amostras de fezes que foram disponibilizadas. Estamos trabalhando com essas suspeitas mais evidentes, mas ainda não temos uma confirmação”, contou Gúbio que adicionou que o próximo passo é sequenciar o genoma viral, para confirmar a suspeita. “Precisaremos de mais uma semana para sequenciar e juntar essas informações em um software de computador para fazer uma árvore genética desse vírus. A gente tem certeza absoluta de que é um vírus que está causando esse mal estar”, disse, adicionando que descarta a infecção por consumo do peixe, assim como o caso estava sendo tratado anteriormente (veja aqui). “Nós descartamos a infecção por peixe porque as fezes apresentam material genético viral, isso fica mais evidente quando vemos que existem casos de suspeita da doença no Ceará”, afirmou.

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