YAKUSA made in Brasil
Brasileiros serão julgados em São Paulo por
homicídio a mando da máfia japonesa
| Foto: Divulgação
Dois brasileiros descendentes de japoneses serão julgados nesta quarta-feira (14), em São Paulo, pela acusação de matar um homem a tiros e tentar matar a mulher dele por asfixia. O caso, que aconteceu há 15 anos, tem como mandante a máfia japonesa Yakuza, afirma a acusação. Os crimes aconteceram em 4 de junho de 2001, em Tóquio, e tiveram grande repercussão devido à violência aplicada. Segundo o G1, a acusação defende que Cristiano Gonçalves Ito, o Javali, atualmente com 39 anos, e Marcelo Chrystian Gomes Fukuda, de 36, foram contratados por valor equivalente a R$ 71 mil na época para invadir a casa do comerciante japonês Yoshitaka Kawakami e matá-lo. Apesar da realização de três disparos, Yoshitaka foi morto com dois tiros. Os criminosos não sabia que a mulher do comerciante, Naomi Kawakami, estaria no local. Ela foi agredida com o cabo da arma e asfixiada para que não testemunhasse contra o crime. A mulher sobreviveu após se fingir de morta. Segundo o Ministério Público de São Paulo, Cristiano e Marcelo fugiram do local e embarcaram dois dias depois para o Brasil com auxílio da Yakuza. Naomi deu pistas à polícia japonesa sobre o caso. Em 2003, o mandante do assassinato, Ikebe Tetsuo, irmão gêmeo de Yoshitaka, foi identificado, preso e condenado à prisão perpétua. A investigação aponta que Ikebe não aceitava ter sido criado pelos avós, enquanto o irmão cresceu com os pais, o que levou ao contato com a máfia. Outras cinco pessoas - três japoneses e dois brasileiros - confessaram envolvimento com o crime, foram presas no Japão e condenadas à prisão e trabalhos forçados. Após contato com autoridades japonesas, a Interpol e a Polícia Federal (PF) prenderam Cristiano e Marcelo em 4 de outubro de 2011, no interior de São Paulo. Eles confessaram o crime e afirmaram que só receberam metade do valor acordado. Os dois foram processados pelos crimes de homicídio qualificado e tentativa de assassinato, que serão julgados em território brasileiro.
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