Farc fazem última conferência como exército
rebelde antes de assinar acordo
por Associated Press.
As Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia (Farc) começaram neste sábado (17) a última conferência como um exército rebelde, em transição para se tornarem um movimento político. O principal líder das Farc, Rodrigo Londono, conhecido pelo nome de guerra, Timochenko, pediu que cerca de 500 guerrilhas desarmadas e semi-uniformizadas de toda a Colômbia comparecessem à reunião, na qual os principais comandantes devem ratificar um acordo de paz com o governo. Diante de centenas de combatentes, Timochenko afirmou que, ao buscar a paz, não há vitoriosos, nem vencidos. "Se os nossos adversários quiserem dizer que venceram a guerra, isto é problema deles", afirmou o líder. "Para as Farc, nossa grande satisfação sempre será que a paz venceu", completou. Timochenko e o presidente colombiano Juan Manuel Santos vão assinar o acordo no dia 26 de setembro, na cidade de Cartagena. Uma semana depois, a população será consultada sobre se aceita ou não o tratado. Pesquisas de intenção de voto mostram ampla maioria pelo sim. Essa é a décima conferência das Farc como um exército rebelde e a primeira que não foi feita em segredo. Em vez de discutir estratégias de batalha, as Farc devem definir um novo nome para o movimento político e deliberar sobre quem elas querem que as represente nos 10 lugares reservados no congresso, criados especialmente para o grupo no acordo. "Esse é um momento histórico, pois a trajetória da Colômbia sempre foi de guerra", afirmou uma rebelde de 29 anos, cujo nome de guerra é Gina. "Esse momento é o que todo colombiano estava esperando", completou. Um comandante do bloco leste das Farc, Mauricio Jaramillo, disse estar otimista com o futuro. "Acho que teremos notícias ótimas para o país. Uma oportunidade real de paz está se abrindo para a Colômbia", disse.
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