POR UMA CIDADE MAIS HUMANA.
macariojeremias@yahoo.com.br
De uma coisa tenho certeza que os conquistenses devem concordar comigo: A cidade precisa ser mais humana, especialmente no centro, onde carros e ônibus cedam espaço para que as pessoas possam circular livremente sem o estresse da poluição sonora e visual. Com um amontoado de veículos por todas as ruas e calçadas, o centro está se tornando cada vez mais insuportável.
Quando falo de centro, refiro-me às áreas das praças Tancredo Neves, Barão do Rio Branco, o Terminal de Ônibus da Lauro de Freitas e imediações que estão congestionadas e sufocadas de veículos com gente se batendo e cruzando no trânsito, mais parecendo com aqueles mercados árabes e indianos. E os obstáculos das calçadas esburacadas?
Vou direto ao ponto mais crítico, feio e poluído da cidade, que é o Terminal da Lauro de Freitas. Conquista cresceu nos últimos anos e se tornou uma capital que recebe diariamente mais de 60 mil pessoas de todas as partes dos municípios da região sudoeste. O Terminal hoje é um apertado curral onde não oferece mais espaço para ampliação.
Não é preciso ser engenheiro ou especialista em mobilidade urbana para perceber que uma simples “requalificação”, como focam os candidatos à prefeitura, vá resolver a caótica situação. A proposta eleitoreira é mais um gasto público jogado fora que vai minimizar, mascarar e não solucionar o problema. É como um “gato” que se faz num poste de energia elétrica.
Ora, um candidato alegou que o Terminal não pode sair dali porque representa 70% das vendas do comércio local. Isso é o que se convencionou dizer. E se toda aquela área fosse urbanizada com calçadões e quiosques, tornando-se mais prazerosa aos moradores e visitantes? Sem fuligens, poluição sonora e visual, não seria maior a revitalização para o comércio? Com certeza, a cidade ficaria mais bonita e humana.
Mais cedo ou mais tarde, a Prefeitura Municipal vai ter que construir uma nova estação de ônibus em outro lugar mais amplo, porque o Terminal atual não suporta mais, e a cidade tende a crescer mais ainda. Os ônibus podem até circular para desembarque e embarque na Lauro de Freitas, desde que se proíba a circulação de veículos pequenos. A chamada “requalificação” não vai passar de uma maquiagem.
Na concepção atrasada dos lojistas que já se acostumaram com aquela sujeira e fuligem há anos, tirar o Terminal dali é um palavrão e, para não desagradar politicamente (não perder votos), os candidatos temem falar em um novo projeto mais realista para a cidade. Até quando, se o local não tem mais espaço para expansão? Mudar a posição dos abrigos? Pintar faixas e meios-fios? Quebrar asfaltos e calçadas?
Na verdade, todo centro comercial de Conquista precisa ser revitalizado onde as pessoas tenham o prazer de passear livremente como se fosse uma região de lazer e realizar suas compras sem o sufoco dos carros. Cadê o projeto do shopping a céu aberto idealizado há anos, numa parceria entre Prefeitura Municipal, CDL e o Sebrae?
Um centro revitalizado onde se poderia promover eventos culturais das mais variadas linguagens artísticas, seria uma ótima opção de lazer e entretenimento nos finais de semana para as famílias conquistenses, além do Shopping Conquista Sul. Esse negócio simplesmente de “requalificação” cheira mais a maquiagem e tudo vai continuar no mesmo.
Sempre digo que Conquista necessita, urgentemente, de grandes projetos à altura da cidade, como um novo Terminal, conclusão do aeroporto, barragem definitiva de abastecimento de água e novos modais alternativos de transporte público, e não de remendos que se diluem em pouco tempo.
Das principais questões envolvendo a cidade, o candidato Fabrício tem sido o mais incisivo, direto e claro em suas proposições, especialmente quanto ao Terminal da Laura de Freitas, que na sua ideia seria utilizado para embarque e desembarque dos coletivos urbanos com destino a uma nova estação a ser construída, mais confortável e mais ampla.
A Praça Barão do Rio Branco, sempre entupida de carros por todos os lados, também é outro transtorno para os pedestres. Para circular pela aquela artéria nos dias de semana é um tormento. As pessoas têm que sair driblando os veículos. Para idosos e deficientes físicos a situação ainda é mais complicada. A verdade é que também aquele espaço foi invadido pelos carros.
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